quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Olhos d'água (Resumo/Análise)


Olhos d’água: Apenas uma indagação a historia inteira “De que cor eram os olhos de minha mãe?”, nossa narradora relembra de seu passado, principalmente das brincadeiras quando menina para disfarçar a fome quando não havia comida, mas todos os momentos que ela relembrava havia o choro de sua mãe, mas de que cor eram seus olhos? Por fim ela decide visitar sua mãe, seus olhos tem cor de olhos d’água.

Ana Davenga: Morava na favela com seu homem, Davenga, ele era o chefe, seus comparsas sempre estavam por ali, certo dia todos entraram e fizeram um circulo em volta de Ana, mas Davenga não estava ali, onde estava? Nisso podemos lembrar de como Davenga conheceu Ana em uma roda de samba, ele estava relaxado apesar de ter assaltado um deputado dias atrás e terem descrito um perfil parecido com o dele em um assalto a banco, Davenga não fazia assaltos a bancos. Desde o dia que se conheceram ficaram juntos no morro, Ana só não entendia porque quando Davenga gozava ele chorava, chorava muito, era doloroso.
                Tivera outras mulheres antes de Ana, uma em especial ele mandou matar, era Maria Agonia, conheceu em uma visita a prisão para ver um amigo, filha de pastor, estava sempre com a bíblia, transava com Davenga as escondidas, certo dia ele se encheu, pediu para que ela largasse tudo e viesse morar com ele no morro, morar com bandido? Nunca! Davenga se enfureceu, ele não ia sujar as mãos, outro iria.

                Ana estava ficando aflita, não sabia onde seu homem estava, até que de repente ele apareceu feliz entrando ali no meio, era aniversário de sua mulher, ela ficou feliz mas ao mesmo tempo mandou todos saírem, precisavam ficar alertas por ali, então sobrou somente ela e Davenga, estavam começando a transar quando dois policias invadiram o quarto e mandaram Davenga se vestir, um apontava para Davenga e outro para Ana que mantinha os braços em volta da barriga tentando proteger seu bebê. Davenga não queria ir para a cadeia, se fosse sua mulher provavelmente não sobreviveria, tão pouco sua filha, pegou a arma embaixo da camisa no chão e atirou no policial, disso saíram quatro mortos, o policial, Davenga, Ana e sua filha.

Duzu-Querença: Duzu era uma mendiga que estava por ali nos degraus da igreja, mas nem sempre foi assim, quando ela veio para a cidade de trem quando menina seus pais estavam dando duro na vida. Logo seu pai decidiu que ela deveria estudar e trabalhar ao mesmo tempo, foram conhecer uma moça que empregaria a menina, dito e feito, porém, Duzu não entedia porque sua patroa não a deixava estudar e nem ver seus pais mais, seu trabalho era limpar os quartos, antes de entrar ela deveria bater bem forte e esperar que dissessem que ela podia entrar. Certo dia para frente Duzu decidiu que iria entrar de supetão nos quartos, sempre via homens com mulheres, um dia ela viu um homem sozinho, ele a jogou na cama, rápido ela aprendeu os movimentos do corpo e começou a ganhar dinheiro assim, certo dia sua patroa invadiu o quarto e viu tudo, se a menina se achava esperta sua patroa era muito mais, ela não iria mais ganhar dinheiro diretamente, Duzu ganhou um quarto, não ficou para sempre naquela zona, foi de várias. Ela teve muitos filhos e alguns netos, os netos visitavam ela de vez em quando, entrou em desespero quando soube que um deles morreu.
                Duzu sabia que estava chegando sua hora, e foi, foi lembrando de todos os seus antepassados, Querença uma de suas netas recebeu a noticia assim que chegou da escola e lembrou de todos também, ela queria ser alguém.

Maria: Ela estava esperando o ônibus, estava voltando de uma festa que teve na casa da patroa, havia ganhado as frutas que serviram para enfeitar a mesa e uma gorjeta, tinha três filhos, será que os meninos iriam gostar de melão? Ao subir no ônibus um homem acenou do fundo e pagou sua passagem, quando olhou melhor reconheceu que era pai de seu primeiro filho, conversaram muito, ele mandou um abraço para o filho, levantou do banco e anunciou o assalto ao ônibus, não assaltou Maria e desceu do ônibus com seu comparsa. Os outros passageiros começaram a ficar enfurecidos com Maria, ela conhecia os assaltantes, não havia descido do ônibus só para disfarçar, começaram a linchar ela... Quando a policia chegou só existia o corpo da mulher pisoteado no chão, ela queria tanto ter falado para o menino que seu pai mandou um abraço.

Quantos filhos Natalina Teve?: Natalina estava feliz, ia parir um filho que era só seu, não devia nada a ninguém, era sua quarta gravidez. Sua primeira gravidez foi quando ela era muito nova, foi com o Bilico, os dois descobriram os prazeres do corpo juntos, mas Natalina não queria esse filho, tomou chás e de nada adiantou, sua mãe falou que iria levar ela para a Sá Praxedes, a garota sabia dos boatos, Sá Praxedes comia crianças, então um dia que sua mãe não estava em casa, fugiu, foi para longe, teve o bebê em um hospital e a enfermeira  quis para ela, saiu de lá sem peso na consciência. Sua segunda gravidez foi com Tonho, quando ele notou a barriga e ela explicou a situação ele ficou extremamente feliz, queria formar família, porém, Natalina não queria, ele ficou muito triste com a situação, foi embora pra sua cidade natal levando o filho que ela não quis. A terceira gravidez foi para seus patrões, ela era faxineira de um casal que a mulher não conseguia de jeito nenhum engravidar, ela era muito parecida com Natalina então ia passar despercebido, a moça aguentou mais essa gravidez. A sua atual gravidez foi forçada, Natalina foi estuprada no meio do mato, depois do ato o homem caiu sonolento, como estava de noite e escuro ela não conseguiu vê-lo direito, mas encontrou a arma, atirou nele e fugiu, fugiu com o filho que ela não devia a ninguém.

Beijo na face: Uma descrição longa sobre carinho, um carinho que tinha que ser guardado as 7 chaves, Salinda tão acostumada com o mostrar, precisava esconder desta vez. Tinha filhos, o marido a vigiava, queria acabar com o casamento mas não sabia como com as ameaças do marido. Seu ponto de fuga era ir para a casa da Tia Vandu com as crianças, depois que as crianças dormiam ela podia ter o seu momento. Em determinado retorno de viagem o marido não estava em casa e não foi busca-la na rodoviária, recebeu uma ligação depois contando que ele já sabia de tudo, que não adiantava esconder, não ia mata-la mas ia disputar os filhos, com certeza. Agora ela poderia amar uma mulher?

Luamanda: Uma mulher de muitos amores e sempre com a lua a acompanhando, teve 5 filhos, 3 mulheres e 2 homens, amou muitas pessoas, compartilhou seu corpo com várias pelo prazer do gozo, transou com mulheres também, inicialmente sentiu falta de um pênis ereto, porém, o prazer foi tanto que nem lembrou mais. Ninguém lhe dava mais do que 35 anos, e eram raros os que chegavam perto dessa idade ao olhar para ela, estava extremamente conservada apenar dos fios brancos que iam surgindo, até os colocou em destaque.

O cooper de Cida: Cida era uma moça que vivia correndo, não só literalmente, era com tudo, desde criança na cidade onde morava que as pessoas faziam tudo numa lerdeza, ela queria fazer rápido, apostar corrida com as outras crianças, brincadeiras rápidas, ouvir o narrador futebol lhe passava tranquilidade, logo quando cresceu conseguiu se mudar para o Rio, lá tudo era corrido, as pessoas faziam tudo rápido, era tudo que ela queria. Até que um dia em uma das suas corridas matinais na praia ela parou, realmente parou, tirou os tênis, afundou os pés na areia e admirou o mar, por instantes achou tudo muito monótono, depois foi se acostumando e admirando tudo ao seu redor, o rosto das pessoas por qual ela passava todos os dias mas nunca havia olhado direito, perdeu muito tempo nisso, em vez  de correr voltou devagar para casa, seu amigo Pedro estava esperando ela assustado, como ela estava tão atrasada para ir trabalhar? Ele falava, falava, falava, Cida não estava prestando atenção, no final apenas disse, pode ir, não vou trabalhar hoje, vou dar um tempo para mim.

Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos:  Zaíta morava na favela junto com sua irmã gêmea Naíta, seus dois irmãos e sua mãe Benicia, a vida era difícil, um dos seus irmãos estava metido com os tiroteios para garantir território mas disso ela não entendia, só queria brincar e olhar suas figurinhas, certo dia sua figurinha de menina flor havia sumido, havia  sido sua irmã que sempre tentava trocar com ela? Ela não sabia, procurou por tudo e não achou a figurinha nem sua irmã, saiu na rua para tentar encontrar, quando sua mãe notou a falta das duas foi procurar pela casa, tropeçou nos brinquedos que Zaíta tinha deixados jogados em vez de guardar, Benicia ficou estressada, começou a gritar, Naíta voltou correndo para casa, foi recebida com tapas e mandada ir procurar sua irmã, a menina foi.
Zaíta longe dali ainda procurando sua figurinha flor, nem se deu conta que havia começado um tiroteio, os moradores assustados falaram para ela se esconder em algum barraco por ali, a menina não deu ouvidos. Quando o tiroteio acabou haviam vários corpos pelo chão, o de Zaíta estava entre eles, quando sua irmã chegou perto ainda aflita apenas gritou “Zaíta, você esqueceu de guardar os brinquedos!”

Di lixão: Acordou com uma dor de dente, uma bola de pus dentro da boca doía, seu colega de espaço foi olhar mas Di lixão acabou cuspindo na cara dele, levou um chute no saco. O menino deitou em posição fetal, doía o dente, doía o saco, as dores se tornavam uma só. Lembrou de sua mãe, ele odiava aquela puta, sabia quem tinha matado mas negou na policia, o que isso tinha a ver com ele? Deu vontade de mijar, lembrou que quando mijava nas calças sua mãe ficava enfurecida, uma vez ficou tão brava que puxou a bimbinha dele, e aquilo doeu, tanto quanto estava doendo agora. Em determinado momento arranjou forças para levantar e ir mijar, se assustou, estava mijando sangue, apertou a bola dentro da boca, cuspia pus e sangue, voltou a posição fetal na rua, acharam que o menino havia morrido, a policia chegou, Di lixão estava morto.

Lumbiá: Vendia chicletes e amendoim junto com a irmã na rua para ajudar a mãe, mas Lumbiá gostava mesmo era de vender flores, a mãe não gostava, flor encalhada murchava e dava prejuízo, mas era uma diversão pra Lumbiá, oferecia para os casais assim que acabavam de se beijar, e para os casais LGBT’s não tão expressivos assim mas ele preferia estes em vez dos beijos molhados que via dos outros casais, ficava feliz vendendo flores junto com seu amigo Gunga. Adorava a época do natal, mas o que ele gostava mesmo dessa época era de ver os presépios, ia em todas as lojas apenas para ver, mas naquele ano uma loja em especial disse ter feito o maior e mais bonito presépio, mas a entrada de crianças desacompanhadas estava proibida, o segurança não deixava Lumbiá entrar de jeito nenhum, certo dia o segurança não estava na porta, o menino entrou rapidamente e correu para ver o Jesus menino, chegou tão perto, até o pegou no colo, saiu correndo da loja com o Jesus menino nos braços, o segurança viu e foi atrás dele mas Lumbiá foi direto nos carros, amassado ele e o Jesus menino, Lumbiá morreu!

Os amores de Kimbá: Morava na favela com a família, odiava, principalmente quando chovia, o barro e a bosta se misturavam, odiava o cheiro da favela, seus amigos não eram de lá, ele descia o morro e ia ter com eles, sempre era ouvido, ele era o diferente no meio. Um dia seu amigo Gustavo lhe apresentou Beth, os três transaram, Kimbá inicialmente ficou assustado, porque seu amigo havia lhe tocado? Ele era gay? Se precisasse escolher, escolheria Beth, Kimbá preferia a mulher mas não queria magoar o amigo, e assim se sucederam vários dias, o amor dos três. Kimbá gostava de Beth, Beth gostava de Kimbá e Gustavo gostava de Kimbá. Certo dia chegaram em um veredito, os três morreriam em nome do amor dos três, Kimbá chegou no apartamento, ofertou o primeiro copo a mulher, o segundo copo ao amigo, relutante tomou sua porção e deitou no meio dos dois.

Ei, Ardoca: Desde que estava na barriga de sua mãe ouvia os barulhos do trem, o empurra-empurra, os solavancos, os assaltos, assassinatos, odiava, cresceu, ia trabalhar de trem, odiava essa vida, cada dia passava e ficava mais e mais pesado, certo dia sentou no chão do vagão, respirava fundo, foi ficando pior, uma mulher comprou água para tentar anima-lo, estava quase saindo de si, entrou um homem gritando “Ei, Ardoca” o pegou no colo e colocou em um banco da estação deitado, os outros passageiros observaram e quando viram Ardoca estava sendo assaltado, o homem levava tudo que podia do corpo de Ardoca, mas isso não tinha mais importância, mais cedo no trabalho ele havia tomado um veneno, estava decidido a acabar com tudo isso e morrer no trem.

A gente combinamos de não morrer: Dorvi e Bica, vida complicada, acabara de nascer o filho dos dois, a mãe de Bica e Idago esperava um futuro melhor pra filha, o filho morreu cedo, bobeou no morro, Bica não sabia se tinha alguma outra opção, Dorvi levou um calote, ia atrás do cara até o quinto dos infernos porque sabia que iam vir atrás dele também, a gente combinamos de não morrer, mas a vida as vezes tem dessas. E Bica? Bica escreve, escrever é um jeito de sangrar.

Ayoluwa, a alegria do nosso povo: A vila estava numa tristeza profunda, não queriam mais saber de viver, os mais velhos iam morrendo, os mais jovens iam dando um jeito de matar, as poucas crianças que tinham na vila choravam mas seus pais na sua própria tristeza não davam atenção aos seus rebentos, não nasciam mais crianças por lá. Até que uma das moças jovens da vila anunciou que estava gravida, ela ia parir uma nova vida para aquela vila. Desde então eles se animaram, festejaram, uma vida estava a caminho, Ayoluwa nasceu, não para trazer a salvação, mas para lembrar os moradores dali sobre o valor da vida.

Análise/Opinião:

                Olhos d’água é um livro com várias historias extremamente tristes poucas que não terminam em desgraça, mas que se você prestar atenção elas são reais, todo dia há uma nova noticia de morte, quem garante que uma dessas historias não é a exata historia de alguém vivo por ai? São pesadas, mas reais, Conceição fala do povo negro, com referencias ao “Ventre Livre”, quantas Zaítas, Cidas, entre tantos outros personagens devem existir pelo mundo? Quantos mais vão ter que morrer?

Até a próxima!
Share:

domingo, 8 de outubro de 2017

Valsa nº 6 (Resumo/Análise)


              Neste curto livro que na verdade é uma peça, podemos ver Sônia que fica o tempo todo tentando se lembrar de quem era, após ser morta com um punhal enquanto tocava Valsa nº6. A menina de 15 anos nos conta várias versões de si mesma na terceira pessoa, afinal, quem é Sônia? Revive outros personagens também, Paulo seu namorado, noivo, cunhado, primo?! Sua mãe, seu pai, o médico da família cujo ela tinha medo... Sônia era de família abastada, sabia tocar piano, falar outras línguas, obteve uma ótima educação, doidinha? Que nada, era só a transição dos 14 para os 15 anos.

Por ser extremamente curto recomendo a leitura ou procurar pela peça no Youtube.

Até a próxima!
Share: