1 – 10: Introdução por Eduardo Portella, pode ser resumida
por “As “ficções” de Lygia Fagundes Telles irrompem da realidade. Porque são
reais, são fantásticas e verossímeis a uma só vez.”.
11 – 19: Começamos com um conto sobre 2 irmãos que perderam
a mãe, o mais velho(Rodolfo) com muita inveja da perfeição do seu irmão mais
novo(Eduardo), acredita que a única coisa que tem para si é a escrita, até que
no final descobre que a surpresa que seu irmão trouxe era... Um romance que havia
começado a escrever.
19 – 27: Palavrões? Somente em outra língua para continuar
sendo uma mulher fina, me chame de Luisiana porque com dinheiro eu posso
escolher meu nome... Dinheiro, coisas caras, mas nada compra a juventude,
poderia fazer mil plásticas continuaria velha, um velho que me banca e um jovem
que me dá o gozo mas cadê o meu homem que tocava saxofone? “Se me ama mesmo faz
isso faz aquilo, se me ama mesmo se mate..”
27 – 35: Tatisa e Lu se arrumavam para o carnaval, Tatisa
implorava a todo tempo para que sua empregada (Lu) ficasse mais tempo hoje mas
ela não perderia o desfile dessa vez de jeito nenhum. Será que seu pai vai
ficar bem? Lu disse que ele ia morrer hoje... Que calor dos infernos, a
maquiagem verde derreteu? Cola as lantejoulas na roupa de qualquer jeito
ninguém vai perceber mesmo. Lu! Espera, e rolaram as lantejoulas atrás da
jovem.
35 – 42: Um homem meio diferente... Seus parentes
olhavam-lhe meio estranho quando criança, mas ele cresceu e se casou com uma
mulher incrível! Tão incrível que fugir seria ótimo.. Fernanda o nome dela,
tiveram uma filha também, Gisela. Uma mulher tão compreensiva, ótima
cozinheira, tão chique, mas se fosse só um postal não faria perguntas nem nada
do tipo “Essa era a minha esposa” e se quisesse só rasgaria o postal e jogaria
no mar.
42 – 51: Tomás e Lavínia são casados estão em um dia comum,
ela está se arrumando para uma reunião, belíssima, com o mesmo vestido preto
que usou antes do seu casamento a dez anos atrás, nesse tempo Roberto estava
presente e hoje estará também. Tomás observa sua mulher arrumando-se calmamente
“É hoje que perderei minha mulher para o Roberto, podia ficar comigo pelo menos
enquanto estou vivo”.. Chegou até a esconder o colar de perolas falsas tão
importante para Lavínia mas acabou entregando ele para ela antes que ela se
afastasse de casa, seria tudo paranoia sua?
51 – 57: As folhas todas têm nomes em latim. Vivia a menina,
sua mãe, sua tia e o botânico com seu herbário, ela decidiu ajuda-lo e saia
para buscar diversas folhas para o homem já que ele não tinha mais condições de
ficar fazendo isso, estaria doente? Não sabiam, era muito intimo, sua tia havia
lido na mão do homem que uma mulher de cabelos cor de bronze viria busca-lo no
final de semana. A menina não acreditava mas encontrou para ele uma folha em
formato de coração, a qual ele espetou no suéter. Quando chegou o final de
semana a mulher realmente apareceu, então por fim, a menina o entregou uma
folha em formato de foice.
57 – 62: Ela
encontrou com o rapaz pela primeira vez no baile de primavera, descobriu onde
Antenor trabalhava e chegou a ir lá, deixou seu telefone mas ele não ligava...
Conseguiu o número da oficina que ele trabalhava e ligava insistentemente, fez
até seu amigo Roni ligar, mas o menino já estava comprometido com outra. Chegou
a beber soda caustica, escreveu várias cartas para ele, por fim, ele acabou se
casando com outra e ela com Gilvan que ficou do seu lado durante a recuperação
depois de ter bebido soda caustica... Mas no casamento de sua caçula pediu que
uma cigana olhasse seu futuro pelas cartas, e bem, ia aparecer um homem que
mudaria sua vida.
63 – 74:
Vários políticos reunidos para o sétimo seminário dos ratos, o povo quer saber,
como vão se livrar de tantos ratos? Gatos? Os que tinham foram comidos pelo
próprio povo... Estavam reunidos em uma casa no campo longe de toda a loucura
que estava na cidade por causa dos ratos, cada um em seu devido quarto até que
o responsável por reunir todos escuta um barulho estranho e decide verificar na
cozinha. O cozinheiro já sem paciência nenhuma estava deixando tudo para trás e
voltando para a cidade, a pé mesmo, o motivo? Os ratos! Haviam comido tudo que
tinha na cozinha, inclusivo roído o fio dos carros e da casa, por isso os
telefones não funcionavam e os carros não ligavam...
74 – 105:
Leontina está presa. Infancia difícil, vivia com sua mãe, sua irmã Luzia e seu
primo Pedro, sua mãe trabalhava demais, a irmã vivia catando minhoca e seu
primo vivia enterrado nos livros, ia virar médico para poder tirar todos dessa
miséria, era o que dizia. A pobrezinha acreditava, um dia sua cachorra sumiu,
havia morrido na estrada, uns tempos depois sua mãe fez a mesma coisa, e sua
irmã? Bem, a deixou sozinha para ir na formatura de Pedro porque ele tinha
vergonha dela, mas sozinha ela acabou se afogando na lagoa ali perto... Ele foi
para a cidade trabalhar mas não levou a menina junto, disse que traria mais
tarde, ela ficou trabalhando na casa de uma senhora que a não deixava em paz
até que um dia cansou e foi para a cidade.
Na cidade conheceu logo Rogerio que
ficou com ela por um tempo, mas desde já ele avisava que ele não era para casar
que um dia ia dar na telha e ia embora, esse dia chegou e a coitada ficou
desolada mas seguiu vivendo, teve outros amores, acabou conhecendo sua amiga
Rubi que lhe apresentou o trabalho no salão de dançar com os caras, era
cansativo mas dava para viver. O sapato gastava né, Leontina precisava comprar
outro mas parou na frente de uma vitrine com um vestido e um velho viu e
perguntou se ela queria o bendito vestido, não era boba nem nada disse que
sim...
Depois de comprado o vestido o velho
levou a menina para um lugar mais afastado e queria agarra-la mas ela não
estava confortável e mesmo querendo “pagar” pelo vestido acabava recuando as
vezes, sem paciência acabou metendo ela para fora do carro e mandou voltar a pé
mas que deixasse a plumagem, ela ficou desesperada porque tinha esquecido seu
vestido velho na loja “Não posso voltar pelada, me prendem.”, mas o velho não
dava a mínima, ainda deu-lhe umas bofetadas pela insistência, Leontina achou
que ia morrer, achou um ferro e deu na cabeça do velho, ele morreu? Saiu
correndo sem ver. E agora? Uns 15 anos na prisão, o maldito era rico.
105 – 112: É
noite de natal. O jovem lê na sala, estão dormindo nessa casa? Não, os mais
novos conversam baixinho para não acordar os mais velhos e os mesmos fingem que
dormem com medo de morrer. Evite a tabua que range no corredor. Ela está tão
bonita com esse roupão e as sandálias, o vizinho logo vai chamar na janela, mas
já? Se formos agora talvez cheguemos com um pouco de atraso.
113 – 117:
Ela e ele brincavam com bolhas de sabão mas o rapaz estava mais interessado em
estudar a estrutura das bolhas de sabão. Encontraram-se uns anos mais tarde, o
mesmo já estava casado, sua mulher ficara com ciúmes? Talvez, apareceu uma dor
de cabeça do nada, mas tudo bem se viam outro dia. Encontrou-os em um museu,
ouviu falar que ele estava muito doente, mas o que ele tinha? Foi fazer uma
visita, uma casa extremamente cheirosa mas com poucos livros, a mulher fez uma
pausa para ir na casa de sua mãe, ao lado, eu tenho certeza que ele vai morrer.
117 – 121: A
loja de antiguidades estava cheia de poeira e traças, mas o que lhe interessava
eram as peças de tapeçaria, eu seria o caçador? Mas eu odeio caças. A velha não
parava de dizer que os buracos eram das traças e o que sustentava a peça era a
poeira, provavelmente quando tirasse dali se desmontaria toda. Saio da loja,
volto e encaro e vitrine, vou embora. Tenho pesadelos e acordo de madrugada
para secar o suor do rosto confundido com sangue. Retornou a loja no outro dia,
“você sabe o caminho..” Tentou ainda agarrar-se à tapeçaria. E rolou encolhido,
as mãos apertando o coração.
122 – 128:
Duas irmãs, uma cursava direito a outra medicina estavam indo ficar na casa de
uma velha, era o lugar mais barato que tinha, o quarto era apertadíssimo e
ficava no sótão, a mulher disse que o antigo inquilino tinha uma caixa de ossos
de anão e que havia deixado para trás se elas quisessem podiam ficar com ela.
Toda noite apareciam formigas e iam em direção ao caixotinho de ossos e não
voltavam de lá, quando se deram conta as formigas estavam montando o anão.
Na última noite o anão estava quase
completo a irmã que cursava medicina acordou a outra as pressas “Vamos embora
antes que a bruxa acorde, o anão está quase completo e elas montam ele
depressa”, saíram correndo de lá, havia sido o gato da bruxa que miou longo ou
um grito?
128 – 141:
Laura estava com Fernando abastecendo o carro, sem nenhuma luz, ele pedia
ironicamente a lanterna, será que o jantar vai ser bom? Se não for vou virar a
mesa, queria comer peixe. Dona Ifigênia reclamava que não a levei para viajar,
tinha feito até desistir da passagem do ônibus, minha irmã Ducha havia lhe
prometido dar um espelho grande em troca do suéter amarelo, ainda não levei o
espelho, e na noite passada roubei a torre do avô no jogo, além do noivo
Rodrigo da minha prima... Rodrigo viria hoje? Ele não estava internado depois
que tentou se matar? Já estava melhor sim, viria se desculpar por tudo. Laura,
chegamos! Foi tudo imaginação? Não passei pelos galhos secos prendendo na minha
roupa enquanto deixava Fernando para trás como já queria a tanto tempo?
141 – 146: Um
jovem parou em um hotel dominado por velhos, há muito tempo era um hotel mais
jovial, porém aos poucos passou a ter apenas hospedes idosos. O porteiro tentou
convence-lo de que não era uma boa ideia, em alguns quilômetros ele encontraria
outro hotel com um ar muito mais jovial, mas ele não tinha interesse queria
ficar exatamente naquele lugar a não ser que tivesse alguma clausula que o
impedisse de ficar ali. Instalou-se no segundo andar onde não havia muitos
hospedes por causa da escada, usou a piscina que os velhos mal usavam, no
jantar colocou bastante sal na comida já que ela vinha com pouco devido aos
moradores locais... Mas depois do chá mais tarde ele já não se sentia bem.
146 – 153:
Quando o homem se viu estava em um jardim, musgo, figueiras, folhas, uma
estatua danificada de uma menina... Mas como tinha ido parar lá? Estava tão
acostumado com a rotina do escritório todos os dias, todos os caminhos davam em
uma escada. Quando se deu conta acordou apertando o travesseiro contra o peito,
sua mulher estava ali acordando, tudo normal como em todos os dias, teria sido
um sinal da morte? Levantou, decidiu não fumar, olhou-se no espelho, estava
mais magro? Cumprimentou seu filho, todos estavam iguais, menos o cachorro que o recebeu calorosamente como se soubesse
que algo estava para acontecer.
Foi para o seu carro, tentou por
diversas vezes dar partida mas não funcionava, estava no jardim novamente? Pois
bem, se havia saído do jardim acordado agora deveria sair dormindo, mas seria
tão fácil assim? Sentiu um toque no ombro, Voltou-se.
Até a próxima!
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