O
livro começa com várias cartas enviadas ao jornal da tarde, falando dos tais
capitães da areia julgados como as crianças delinquentes que deveriam estar no
reformatório, o qual é alvo de criticas também nessas cartas, mas o diretor do
local diz que lá é um paraíso de educação.
Sob a lua, num velho trapiche
abandonado
O trapiche: Antigamente extremamente
movimentado, hoje em dia? A água está longe, a areia dominou a maior parte,
vive cheio de ratos que dividem o espaço com os capitães da areia e o que são
eles? Crianças abandonadas que vivem do furto comandados por “Pedro Bala”,
conhece a Bahia todinha, deixou a antiga chefia para trás, o tal do Raimundo
que deu-lhe com a navalha no Pedro, o talho está lá até hoje mas R foi embora.
“Vestidos
de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando
pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a
conheciam totalmente, os que totalmente
a amavam, os seus poetas.”
Noite dos “Capitães da Areia”: Todos têm apelidos, Sem-perna,
Gato, Pirulito, Querido-de-Deus, João Grande... O Querido ensina capoeira para
os meninos, o Gato não dorme no trapiche, fica na casa de uma moça da vida,
pois é muito bonito, estão armando um plano para roubar um chapéu para um
gringo, costuma pagar mal, mas prometeu do bom. Sem-perna só queria um carinho,
mas é difícil, evita até dormir porque tem pesadelos com a cadeia, fica
procurando por alguém para incomodar. João Grande é um menino bom, forte, não é
inteligente, mas é forte e protege os demais, o Pirulito reza, aí que ele
encontra sua paz todo mundo precisa dela.
Uma
criança expulsa dos “Capitães da Areia” ou vai para o grupo do Ezequiel ou para
o reformatório, em nenhuma dessas opções a vida é fácil.
Ponto das pitangueiras: Tinham trabalho a fazer, um
homem pagou uma grana preta para que os meninos só trocassem um embrulho por
outro em uma casa sem serem vistos, distrair cachorro, trepar pela janela, dar
um jeito do empregado não ver, tarefa simples para os rapazes.
As luzes do carrossel: Viria um carrossel para cidade,
já estava velho, mas continuava sendo um carrossel, dois meninos dos Capitães
da Areia trabalhariam no carrossel, entre eles Sem-Pernas que há muito tempo sonhava com o dia que
andaria em um, para ele foi uma grande alegria, chegou até a esquecer das
surras que os guardas deram nele. O Padre José Pedro era bem próximo dos
Capitães, queria mesmo era dar uma vida melhor para aquelas crianças, mas via
que eles não trocariam a liberdade das ruas por nada. Em uma das madrugadas
iriam as crianças para o carrossel, levariam gasolina para que funcionasse e
todos poderiam desfrutar dessa pequena alegria.
Docas: Pedro Bala foi para as docas, lá
conheceu a historia de seu pai que mal se lembrava, o homem havia trabalhado lá,
mas foi morto pelos policiais enquanto participava de uma greve por mais
direitos para sua classe, falaram que quando Pedro quisesse teria um lugar para
o menino nas docas, a essa altura já estava com 15 anos. Perambulando pelas
ruas de noite viu uma negra andando sozinha nas ruas vazias, correu atrás dela,
com os hormônios a flor da pele ele queria uma menina para jogar no areal.
Depois de segura-la e muita discussão descobriu que a mesma era virgem, mas
insistiu nesse caso em só por atrás, a menina ao ver que ele a não deixaria em
paz e capaz de tirar sua virgindade ali mesmo se ela não concordasse em dar
pelo menos a bunda acabou cedendo. Pedro ao depois levar a garota até o final
da rua ficou com medo pelo olhar e as palavras de desprezo da menina, correu.
Aventura de Ogum: Pedro precisava ajudar
Don’Aninha, a policia havia batido no seu terreiro e levado a imagem de Ogum,
ia ser tarefa difícil, avisou no trapiche que se não voltasse estaria no
reformatório até conseguir fugir ou buscassem ele, estava uma tempestade
terrível mas foi mesmo assim até a delegacia. Correu tudo bem com plano e ele
saiu de lá de manhã com a imagem de Ogum, qualquer um adoraria prender o chefe
dos capitães da areia, mas ninguém sabia como ele era e a maioria achava que
ele era negro.
Deus sorri como um negrinho: Nesse capitulo Pirulito tem
vários pensamentos religiosos, antigamente era o mais agressivo do grupo mas
após a chegada do Padre foi mudando, até deu a sua navalha novinha para um
menino que havia espancado, ele evitava pecar, só roubava para comer e quando
Pedro Bala mandava, porque para ele era pecado desobedecer as regras do grupo
também.
Família: Precisavam armar um assalto a
uma casa, Sem-Pernas iria identificar o local por dentro, como sempre ele iria
se passar por órfão para conseguir se infiltrar por uns dias, mas dessa vez foi
diferente, em vez de lhe usarem como criado estavam lhe dando amor como se
fosse realmente filho da Dona Ester, ele escolheu o nome de Augusto e por
coincidência era o mesmo nome do falecido filho da senhora, fato o qual a
deixou muito comovida. O menino só precisará de 3 dias para identificar os
objetos mais caros e onde ficavam mas acabou ficando por mais alguns dias,
nunca havia recebido tanto afeto, mas acabou voltando para os Capitães da Areia,
não podia trai-los, uns dias depois acabou até saindo no jornal uma nota de
Dona Ester procurando o menino, Sem-Pernas chorou e ficou no seu canto, não
aceitou nem sua parte do roubo.
Manhã como um quadro: Pedro Bala e Professor andavam
pela cidade, Professor desenhava no giz algumas pessoas que passavam e Pedro
recolhia os niqueis que davam pelo trabalho, logo conseguiriam um bom almoço, o
último senhor que desenhou queria ajudar, deu até seu cartão, talvez até
transformasse o menino em um pintor, mas na volta para o trapiche o menino afirmou
para Bala “Dos capitães da areia só pode sair ladrão, ninguém quer saber da
gente.”.
Alastrim: Deu epidemia de Alastrim/Varíola
na cidade, os casos precisavam ser denunciados, eram levados para o lazareto, a
maioria morria... Dos Capitães da Areia dois pegaram, o Almiro e o Boa-Vida,
Almiro não queria que levassem ele pro lazareto, não queria morrer, o Padre
tentou encobrir o caso, mas acabou sendo denunciado e acabou levando bronca do
cônego, não acreditava estar errado, queria ajudar essas crianças, Almiro
acabou morrendo. Boa-Vida foi de boa vontade para o lazareto, não queria passar
a doença para os outros meninos, voltou depois de uns tempos extremamente
magro, mas estava curado.
Destino: Estavam todos desconsolados no
“Porta do Mar”, a varíola passou mas agora comentavam as mortes, a tristeza que
é ser pobre. Pedro tem o respeito no local, seu pai morreu reivindicando
melhores condições para eles.
Noite da grande paz, da grande
paz dos teus olhos
Filha de bexiguento: Dora tinha seus 13 anos e seu
irmão Zé Fuinha 6, seus pais morreram de varíola, foi caçar trabalho na cidade
mas ninguém queria uma filha de bexiguento, acabou dando com João Grande e
Professor que levaram ela e o irmão pro trapiche. Lá foi uma zona, Pedro não
estava e todos queriam avançar na menina, queriam trepar de qualquer forma,
João deu uma navalhada em um e Bala chegou erguendo a voz, explicaram a
situação e o chefe falou que eles estavam no direito de querer, João protestou
que era só uma menina e Pedro reconsiderou, mandou ninguém encostar e avisou
Dora que ninguém lhe faria mal mas que ela partiria no dia seguinte, a mesma
reclamou e disse que ficaria, poderia ajudar eles.
Dora, mãe: Nesse ponto todos viam a Dora
como uma mãe, cada um enxergava sua mãezinha de forma diferente, até Gato
sentiu o mesmo quando ela costurou seu paletó e camisa. A menina ouvia as
historias de Professor junto dos garotos e se emocionava igual com o heroísmo delas.
Volta Seca chegou com um jornal com uma noticia sobre lampião para o Professor
ler, tinham pego o grupo de surpresa, o menino ficou furioso, decidiu ir para junto
de seu Padrim(Lampião). Bala ainda insistia para que Dora não ficasse no
trapiche mas ao ver que ela não estava mais sendo tentação para o pessoal e sim
uma mãe, decidiu que ficasse.
Dora, irmã e noiva: A menina agora queria participar
das missões dos Capitães, arranjou calças porque o vestido atrapalhava, Bala
ficou meio preocupado, a alertou mas ela quis mesmo assim. Pedro ia receber um
dinheiro e topou com Ezequiel e mais três, Ezequiel é o chefe de outro grupo de
meninos abandonados, bem mais desorganizado, ele proferiu que agora nos
capitães tinham uma putinha para todos, Pedro não gostou e deu-lhe um soco,
veio os quatro pra cima. Dora cuidou dele no trapiche, o beijou e fugiu, seriam
noivos secretamente para que os outros não invejassem, o que não sabiam é que
Professor também nutria um amor por Dora. Armaram uma vingança ao grupo de
Ezequiel que até a menina foi para a briga, voltaram vitoriosos.
Reformatório: Conseguiram capturar alguns dos
Capitães da Areia, dentre eles Pedro Bala que já reconheceram como chefe e
Dora, na delegacia ainda Pedro consegue distrair os guardas e os meninos fogem,
Dora foi mandada para o orfanato e Pedro para o Reformatório, onde apanhou e
muito. Foram 8 dias na cafua isolado dos outros, tomando pouca água e comendo alguns
grãos de feijão, um menino vinha lhe dar informações dos Capitães, precisavam
que ele saísse da cafua pelo menos. Passado os oito dias não demorou a receber
coisas dos capitães e conseguir fugir, logo saiu no jornal o diretor
enfurecido.
Orfanato: Dora estava triste no orfanato,
ela cresceu no morro depois teve a liberdade com os meninos, não nasceu para
ficar presa, vivia com febre. Professor lhe passava bilhetes, não tardou para
que fossem busca-la, agora voltavam todos felizes para o trapiche.
Noite de grande paz: Mal voltou Dora mas ainda está
com febre, chamaram Don’Aninha para curar a menina, estão todos preocupados e
esperando a sua alegria, mas é uma noite de paz.
Dora, esposa: Ainda estão todos preocupados, a
febre da menina não vai embora, Dora mandou todos irem dormir, chamou Pedro
para perto de si e avisou que já era moça, queria o sentir antes de morrer,
Bala recuou de primeira mas ela insistiu, o fez. Na madrugada sentiu que a
menina havia morrido, ficou desesperado, uma tristeza inundou o trapiche,
chamaram o Padre, Don’Aninha e o Querido-de-Deus, rezavam, não podia haver um
enterro entre os Capitães da Areia, era difícil de explicar, mas
Querido-de-Deus levaria o corpo no seu saveiro para jogar no mar, viraria santo
a menina.
Como uma estrela de loira
cabeleira:
Contam n ocais da Bahia que quando morre um homem valente vira estrela no céu.
Pedro não podia ficar no trapiche, foi nadar, via sua esposa Dora com os braços
abertos para ele, há astrônomos que digam que foi um cometa que passou na Bahia
naquela noite, mas Pedro sabe que foi sua esposa virando estrela.
Canção da Bahia, canção da
liberdade
Vocações: Estavam seguindo caminhos
diferentes, Professor decidiu virar pintor no Rio, o Padre foi chamado pelo cônego
novamente, mas dessa vez era coisa boa, finalmente ganharia sua paroquia, seria
no meio dos cangaceiros, mas isso não o assustava, pirulito seria frade na
igreja quem sabe futuramente um padre, Boa-Vida tocava violão pela cidade e
quando precisava fugia da policia no trapiche, e assim iam os meninos
crescendo.
Canção de amor da vitalina: Fariam um roubo a casa de uma
solteirona, Sem-Pernas se infiltrou como sempre, mas nessa casa não foi tratado
como trapo e muito menos como filho, ela queria sexo, mas não deixava ser um
sexo completo o que enfurecia Sem-Pernas, quando foi embora para o trapiche
sabendo onde era guardado o ouro debochou feliz após ter sido feito o roubo.
Na rabada de um trem: Os que partem dessa vez é o Gato
e Volta Seca, Gato partiria com Dalva para os cabarés de Ilheus para tentar
enriquecer, provavelmente ia dar bom. Volta Seca iria na rabada de um trem
encontrar com Lampião, queria fazer parte do bando, tinha apanhado muito dos
policias da Bahia, estava com um ódio gigantesco.
Como um trapezista de circo: Foram fazer um roubo audacioso
porque era em uma casa em uma rua cheia de guardas, mal entraram o alarme soou,
todos saíram correndo mas os guardas foram atrás do Sem-Pernas para tentar
pegar pelo menos ele, mas ele não queria ser pego, não aguentava os pesadelos
com a prisão, correu o mais rápido que pode. Sem-Pernas se rebenta na montanha
qual um trapezista de circo que não tivesse alcançado o outro trapézio.
Noticias de jornal: Saiu no jornal noticias sobre
João José (Professor) que estava se dando bem como pintor, sobre o Gato que
havia virado um vigarista, Boa-Vida fazendo fuzuê em festa e sendo procurado
pela policia e pra terminar sobre Volta Seca estar no grupo do Lampião e
matando diversos homens, acabou capturado e condenado a trinta anos de prisão.
Companheiros: Dessa vez ajudariam os grevistas
das docas, a greve estava indo perfeitamente bem mas a firma havia contratado
fura-greves para trabalhar, então pediram ajuda dos Capitães para resolver esse
problema. E de madrugada resolveram, com muita surra.
Os atabaques ressoam como clarins
de guerra: Pedro
finalmente achou sua vocação, ajudaria nas greves, traria as outras crianças
abandonadas para serem grevistas também, queria reivindicar melhorias para os
mais pobres, ele queria a verdadeira justiça, João Grande seria marinheiro, se
despediu de bala como um gesto de saudação, como um companheiro. Barandão
cuidaria dos Capitães da areia que sobraram.
Uma pátria e uma família: Em vários jornais de classe dos
quais eram proibidos saiam noticias de Pedro Bala, um militante proletário perseguido
pela policia de cinco estados, houve um momento que ele foi preso e todos os
trabalhadores ficaram tristes, mas como sempre, ele conseguiu escapar. Porque a
revolução é uma pátria e uma família.
Até a próxima!